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Notícias do Mundo – A China fez um apelo direto neste domingo (22) por um cessar-fogo imediato e o fim das hostilidades no Oriente Médio, durante reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. A convocação ocorreu após os recentes bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã, o que agravou ainda mais a tensão regional.
Representando Pequim, o embaixador chinês junto às Nações Unidas, Fu Cong, criticou duramente as ações militares norte-americanas e advertiu que os ataques violam normas fundamentais do direito internacional e a soberania iraniana. Ele destacou que a ofensiva ampliou os riscos de desestabilização no Oriente Médio e enfraqueceu o sistema internacional de controle de armas nucleares.
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“As vítimas dessas ações são, como sempre, civis inocentes. A paz não pode ser construída com base na força”, afirmou Fu. Ele reforçou que o caminho mais viável para conter o avanço do conflito é o diálogo, e pediu que todas as partes envolvidas – incluindo Israel – abandonem as ações militares.
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Durante seu discurso, o diplomata expressou “profunda tristeza” com o número crescente de vítimas e reiterou que o Conselho de Segurança deve agir com urgência e responsabilidade. Segundo Fu, China, Rússia e Paquistão apresentaram uma proposta de resolução pedindo cessar-fogo incondicional, proteção aos civis e retomada de negociações diplomáticas.
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O conflito se intensificou após Israel, no último dia 13, lançar um ataque preventivo contra o Irã, alegando que o país estava prestes a concluir o desenvolvimento de uma arma nuclear. Neste sábado (21), os Estados Unidos ampliaram a ofensiva ao atingir três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan.
Teerã afirma que seu programa atômico tem fins pacíficos e que mantinha negociações com Washington no âmbito do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual é signatário. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por sua vez, vinha apontando falhas no cumprimento das obrigações iranianas, embora admitisse não ter provas de que o país estivesse de fato construindo uma bomba.
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A situação é agravada pelo histórico de sigilo de Israel sobre seu próprio programa nuclear. Embora nunca tenha confirmado oficialmente, o país é amplamente suspeito de manter um arsenal de ogivas atômicas desde a década de 1950.
O Conselho de Segurança deve continuar debatendo o tema nos próximos dias, enquanto cresce a expectativa por uma resposta internacional mais coordenada diante do risco de escalada militar em uma das regiões mais instáveis do mundo.