Portugal enfrenta uma das piores ondas de incêndios florestais do ano, que teve início no último fim de semana e já causou graves consequências. Em apenas três dias, o fogo consumiu uma área equivalente ao que foi queimado nos três meses anteriores, forçando o governo a declarar um estado de alerta contra incêndios até pelo menos quinta-feira.
O comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, descreveu a situação como “muito complexa”. No momento, há mais de 100 focos de incêndio ativos, com maior concentração nas regiões norte e central do país. O impacto das chamas já deixou cerca de 50 feridos, incluindo mais de 30 bombeiros, que têm enfrentado as dificuldades do combate direto ao fogo.
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Particularmente alarmante é o “complexo de incêndios” que atinge a região fronteiriça entre o distrito de Aveiro e a área metropolitana do Porto, no norte do país. A combinação de altas temperaturas, ventos fortes e a seca prolongada contribuiu para a rápida propagação das chamas, complicando os esforços das equipes de resgate e bombeiros.
A situação ganhou ainda mais gravidade após o anúncio, nesta terça-feira (17/09), da morte de três bombeiros durante o combate aos incêndios. Esse triste acontecimento elevou o número total de óbitos relacionados às chamas para sete, gerando comoção nacional e pressionando as autoridades a intensificarem as ações de resposta.
Diante desse cenário crítico, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, cancelou toda a sua agenda até sexta-feira e convocou um conselho de ministros extraordinário para discutir a crise. O encontro será presidido pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa e tem como objetivo analisar a situação e implementar novas medidas emergenciais para conter os incêndios.
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A mobilização do governo é vista como essencial, mas as dificuldades para controlar os focos de fogo são imensas. As autoridades pedem à população que siga todas as orientações de segurança, enquanto voluntários e profissionais arriscam suas vidas na linha de frente. Além dos danos humanos, os incêndios já causaram perdas significativas ao meio ambiente e à economia local, afetando áreas agrícolas e turísticas importantes.
Com as chamas avançando e a previsão de temperaturas elevadas nos próximos dias, Portugal continua em alerta máximo, enfrentando uma das mais desafiadoras temporadas de incêndios dos últimos anos.