Em meio a uma onda de protestos e controvérsias, Leopoldo López, um dos principais líderes da oposição venezuelana, acusou o governo de Nicolás Maduro de orquestrar uma “fraude em grande escala” nas recentes eleições presidenciais. A declaração veio após o órgão eleitoral, acusado de estar fortemente alinhado com o governo chavista, anunciar Maduro como vencedor com 51% dos votos.
López, em uma entrevista à CNN, descreveu a situação como um ataque direto à vontade do povo venezuelano. “O que Maduro fez foi basicamente ler um resultado diferente e está tentando impor uma fraude em grande escala sobre a vontade do povo venezuelano”, afirmou. Ele ressaltou que, embora Maduro tenha sido proclamado vencedor, o resultado expôs a profunda impopularidade do presidente.
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A vitória de Maduro foi rapidamente contestada por diversos líderes mundiais, que exigiram a divulgação da contagem completa dos votos. A reação internacional inclui um pedido de maior transparência e uma investigação aprofundada sobre o processo eleitoral.
Os protestos em resposta ao anúncio da vitória de Maduro foram marcados por confrontos violentos. A Guarda Nacional Venezuelana reprimiu as manifestações, que eram em sua maioria pacíficas, com o uso de gás lacrimogêneo e prisões em massa. De acordo com autoridades venezuelanas, mais de 2 mil pessoas foram detidas durante os protestos.
Leopoldo López, que já passou anos preso por acusações relacionadas a protestos contra o governo, pediu sanções internacionais contra aqueles responsáveis pela fraude eleitoral e violações dos direitos humanos. “Acredito que esses indivíduos devem ser sancionados pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE) e deixar claro que não há impunidade para os crimes que estão cometendo aos olhos do mundo e do povo venezuelano”, declarou.
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Em meio à crise econômica e ao êxodo de venezuelanos, López fez um apelo para uma transição democrática como a única solução viável para o futuro do país. Ele expressou otimismo em relação à capacidade de liderança de figuras como Edmundo González e María Corina Machado para conduzir a Venezuela rumo a uma nova era de democracia. “Somos otimistas porque é isso que querem os venezuelanos. Queremos ser uma nação livre, uma nação de oportunidades e prosperidade. E sabemos que o único caminho é sair da ditadura através do voto e iniciar uma nova era de democracia”, concluiu.
Redação AM POST