Nesta quinta-feira (12), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, revelou uma nova parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante seu programa semanal na televisão estatal venezuelana. O projeto conjunto visa desenvolver uma área agrícola de 10 mil hectares para a produção de alimentos no país sul-americano, com planos futuros de expandir a área produtiva para 100 mil hectares.
Simone Magalhães, dirigente do MST, acompanhou Maduro na transmissão e detalhou os objetivos do projeto. Ela enfatizou que a parceria com a Venezuela se alinha com a missão do MST de promover a reforma agrária e a produção sustentável de alimentos. “Estamos animados com a oportunidade de trazer nossa experiência e contribuir para o desenvolvimento agrícola da Venezuela,” afirmou Magalhães durante a transmissão.
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O presidente Maduro destacou a “experiência altamente bem-sucedida” do MST no Brasil, elogiando o histórico do movimento em promover a reforma agrária e melhorar a produção agrícola. A colaboração entre o governo venezuelano e o MST é vista como um passo significativo para enfrentar os desafios alimentares na Venezuela, que tem enfrentado uma crise econômica e humanitária.
A parceria, no entanto, também gerou uma resposta crítica em relação ao governo brasileiro atual. Jorge Arreaza, ex-vice-presidente da Venezuela e atual secretário-executivo da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), expressou apoio ao acordo e usou a ocasião para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma publicação no Telegram, Arreaza afirmou: “O presidente Nicolás Maduro está cumprindo o projeto sonhado pelo comandante Hugo Chávez e pelo MST, ao contrário do atual governo brasileiro.”
O projeto agrícola de 10 mil hectares é visto como uma tentativa do governo venezuelano de melhorar a segurança alimentar e revitalizar a produção agrícola do país, além de estreitar laços com o MST, um dos principais movimentos sociais de reforma agrária na América Latina.