
Rússia reage com cautela a convite da Ucrânia para cúpula de paz – Foto: Ludovic Marin e Grigory Sysoyev/AFP
A complexidade das negociações entre Rússia e Ucrânia
Mundo – Rússia reage com cautela ao convite da Ucrânia para cúpula de paz, um movimento que gera expectativas e incertezas em igual medida. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, estendeu a mão para uma segunda cúpula de paz, sugerindo a inclusão da Rússia nas negociações, um contraste notável em relação à primeira reunião na Suíça, onde Moscou não participou. Este convite, contudo, foi recebido com reservas pelo Kremlin, que busca maiores detalhes antes de se comprometer.
A divergência de posições
As palavras de Zelensky representam uma mudança de tom significativo, destacando a importância de um diálogo inclusivo para a resolução do conflito. Entretanto, a distância entre as posições de Rússia e Ucrânia permanece vasta. Moscou insiste na manutenção do território atualmente ocupado, quase 20% do país, enquanto Kiev exige a retirada completa das tropas russas das fronteiras reconhecidas internacionalmente, incluindo a península da Crimeia.
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O papel dos Estados Unidos e a reação ocidental
O governo dos Estados Unidos apoiou a decisão de Zelensky, vendo na diplomacia uma oportunidade para a paz. No entanto, expressou ceticismo quanto à prontidão de Moscou para um diálogo genuíno. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, “sempre apoiamos a diplomacia quando a Ucrânia está preparada, mas nunca ficou claro que o Kremlin esteja pronto para uma diplomacia real”. Essa posição reflete a complexidade das negociações e o temor de que a Rússia possa utilizar o convite como uma estratégia temporária sem compromissos reais.
Temor de um conflito prolongado
A extensão do conflito e os recentes avanços russos aumentam a preocupação de Kiev. Além disso, a possível vitória de Donald Trump nas eleições americanas de novembro adiciona uma camada de incerteza, dada a promessa do ex-presidente republicano de resolver rapidamente o conflito, o que poderia pressionar a Ucrânia a negociar a partir de uma posição desfavorável. Zelensky, no entanto, mantém a confiança no apoio contínuo dos Estados Unidos, independentemente do resultado eleitoral.
Análise crítica
Rússia reage com cautela ao convite da Ucrânia para cúpula de paz levanta questões sobre a real disposição de Moscou para um acordo. Alexander Gabuev, diretor do Centro Carnegie Rússia Eurásia, argumenta que a Rússia, atualmente em avanço, não tem incentivos para participar de conferências de paz, preferindo explorar a janela de oportunidades que ainda está aberta. “É pouco provável que todas as declarações ucranianas resultem em mudanças práticas na diplomacia”, afirmou Gabuev à AFP.
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Redação Site On
Fonte: Carta Capital