- Foto: Reprodução
Nesta terça-feira (24/09), a deputada estadual Alessandra Campêlo (Podemos) trouxe à tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) uma denúncia grave envolvendo o vereador e presidente da Câmara Municipal de Parintins, Alex Garcia (PSD). A acusação de importunação sexual foi feita por Camila Mendonça de Souza, ex-servidora da Casa Legislativa do município, que trabalhava diretamente no gabinete do político.
De acordo com a parlamentar, a denúncia contra o vereador foi formalizada há dois meses junto à Procuradoria Especial da Mulher da Aleam e vai além de um simples mal-entendido, configurando-se como uma violação grave de direitos. “Um homem [vereador Alex Garcia] que assediou e importunou sexualmente uma moça que era sua servidora da Câmara [Municipal de Parintins]. Isso é assédio moral, isso é assédio sexual, isso é importunação e isso chega a ser tentativa de estupro a partir do momento que ele tenta agarrar essa mulher”, declarou Alessandra Campêlo durante o pronunciamento.
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A parlamentar ainda destacou que o ato teria ocorrido durante o exercício do mandato do vereador, o que agrava a situação. “Tenho certeza que isso aqui tem um viés muito mais político e há fatos que comprovam que ele fez isso no exercício do mandato”, completou Campêlo.
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Candidatura à Reeleição Sob Risco
A revelação da denúncia contra Alex Garcia ocorre em um momento delicado, uma vez que o vereador está em campanha pela reeleição na Câmara Municipal de Parintins. Alessandra Campêlo afirmou que levará o caso à Ouvidoria da Mulher do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e à Vara Maria da Penha do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), em Manaus, na tentativa de assegurar que o caso seja apurado com rigor pelos órgãos competentes.
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A deputada deixou claro que seu objetivo é garantir que a denúncia não seja abafada e que a busca por justiça não seja prejudicada pela corrida eleitoral. “Eu não estou preocupada com a reeleição do vereador. Eu estou preocupada com a saúde mental da Camila. Eu estou preocupada se vão atacar a Camila”, afirmou a parlamentar, demonstrando solidariedade à vítima e criticando qualquer tentativa de minimizar a gravidade das acusações.
Tentativa de Abafar o Caso
Durante o pronunciamento, Alessandra Campêlo revelou que Alex Garcia teria feito um apelo pessoal para que a denúncia não fosse tornada pública, temendo que o escândalo prejudicasse sua candidatura à reeleição. O pedido, no entanto, indignou a deputada, que se posicionou firmemente contra qualquer tipo de silêncio ou omissão em um caso de tal gravidade.
“O vereador Alex mandou recado pedindo para eu não falar do assunto porque isso iria atrapalhar a eleição dele. Eu não estou preocupada com a eleição do vereador, eu estou preocupada com a saúde mental da Camila”, declarou.
A deputada ainda fez um alerta: caso a vítima venha a sofrer retaliações ou ataques, seja nas redes sociais ou de qualquer outra forma, tomará medidas enérgicas contra o vereador. “E já aviso o vereador Alex Garcia, se a Camila sofrer algum ataque nas redes sociais ou algum tipo de ameaça, eu vou solicitar a prisão do vereador”, advertiu Campêlo.
De acordo com a vítima, o mandatário a tocou em seus seios e pernas durante uma viagem ao interior do município. O caso foi registrado em um Boletim de Ocorrência (B.O) datado do ano de 2021. A mulher relatou que Garcia também praticava assédio por meio de mensagens em aplicativo de mensagens.
Em resposta aos assédios sofridos, a servidora pediu demissão.
Em depoimento à polícia, Alex Garcia negou a acusação de assédio, alegando que apenas buscava tratar a vítima com respeito e carinho. Segundo o boletim de ocorrência, ele afirmou que o toque ocorreu acidentalmente, enquanto se protegia da chuva, e que acredita que a vítima interpretou sua atitude de forma equivocada
“Estava chovendo e a chuva batia no rosto do autor. A vítima estava com uma mochila protegendo o rosto, que acabou por se posicionar de forma a aproveitar a proteção da chuva. Então, teria tocado no corpo da vítima, e acha que a mesma teria interpretado a atitude de forma errada”, descreve o documento.