Na última sexta-feira, 14, a Desembargadora Maria das Graças Pessôa Figueiredo, do Tribunal de Justiça do Amazonas, proferiu uma decisão importante para o município de Parintins. A magistrada, que atuava em regime de plantão, decidiu manter a decisão de primeira instância que autoriza o início imediato das obras de saneamento na cidade, ignorando o pedido de suspensão feito pela prefeitura do município, sob a administração de Frank Bi Garcia (PSD).
A decisão representa um marco importante para o andamento do Programa de Saneamento Integrado (PROSAI), iniciativa que busca solucionar problemas críticos de abastecimento de água e saneamento básico na cidade, localizada no interior do Amazonas. O município de Parintins, situado na região amazônica, tem enfrentado sérios desafios no que tange ao fornecimento de água tratada e ao sistema de esgotamento sanitário, fatores que impactam diretamente a saúde pública local.
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Argumentos da prefeitura
A prefeitura de Parintins entrou com um agravo de instrumento no Tribunal de Justiça do Amazonas, com o intuito de reverter a decisão da 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital, que havia determinado que o Estado do Amazonas deveria ter acesso imediato às áreas necessárias para a implementação do PROSAI. De acordo com o município, o processo de cessão dos imóveis ainda estava em andamento, e a administração municipal não estava atrasando deliberadamente a execução do projeto.
A prefeitura justificou que estava apenas seguindo os trâmites legais exigidos para formalizar a cessão das áreas, algo que, segundo eles, deveria ser respeitado, sem pressões para acelerar o processo. No entanto, o Estado do Amazonas apresentou outro ponto de vista. O governo estadual argumentou que qualquer demora na liberação das áreas estava comprometendo o andamento das obras e, consequentemente, prejudicando a população de Parintins, que há tempos sofre com problemas de abastecimento de água e tratamento de esgoto.
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Decisão da Desembargadora
Diante da análise dos argumentos de ambas as partes, a Desembargadora Maria das Graças Pessôa Figueiredo decidiu que não havia justificativa suficiente para suspender a decisão de primeira instância. Em sua decisão, a magistrada considerou a urgência da situação e a necessidade de garantir que o projeto de saneamento pudesse avançar sem mais entraves.
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A desembargadora destacou que a paralisação das obras poderia agravar a situação já delicada vivida pela população de Parintins, que corre o risco de enfrentar problemas ainda mais graves com o fornecimento de água. Além disso, atrasos poderiam resultar na proliferação de doenças relacionadas ao consumo de água imprópria, especialmente em uma região que já sofre com dificuldades no acesso a serviços básicos de saúde.
Leia documento completo:DECISÃO DESEMBARGADORA
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Importância do PROSAI para Parintins
O Programa de Saneamento Integrado (PROSAI) é considerado uma das principais iniciativas do governo estadual para melhorar a infraestrutura de saneamento em Parintins. A cidade, que é a segunda maior do estado do Amazonas em termos populacionais, possui uma rede de abastecimento de água e esgoto que não atende de maneira adequada às necessidades da população. Com o crescimento populacional e os desafios ambientais próprios da região amazônica, os problemas de abastecimento de água têm se tornado cada vez mais críticos.
O PROSAI visa não apenas à melhoria da qualidade da água distribuída à população, mas também ao desenvolvimento de um sistema de esgoto que previna a contaminação dos recursos hídricos e melhore as condições de saúde pública. O projeto, além de ser uma resposta às necessidades atuais, também é visto como uma preparação para enfrentar futuras crises hídricas, considerando o impacto das mudanças climáticas e as características geográficas da região.
A decisão de manter o andamento das obras sem suspensões reflete a urgência de se avançar em questões essenciais para a saúde e qualidade de vida dos moradores de Parintins. A falta de um sistema de saneamento eficiente e de um abastecimento de água confiável coloca a população em risco, expondo-a a doenças e à escassez de recursos básicos.