
Foto: Divulgação
Na noite de sexta-feira, 4 de outubro, o município de Contagem, na Grande Belo Horizonte, foi palco de um evento trágico e complexo que expõe a brutalidade do crime organizado e a luta desesperada de indivíduos que se sentem compelidos a agir fora da lei. Um homem de 43 anos, autodenominado “justiceiro”, decidiu tomar a justiça em suas próprias mãos, fingindo ser um usuário de drogas para se infiltrar em uma boca de fumo. O resultado foi uma cena de violência que terminou com duas vidas perdidas e sua própria morte por um disparo acidental.
As vítimas, um adolescente de apenas 15 anos e um homem de 29, foram encontradas sem vida na entrada de uma casa no bairro São Mateus. O “justiceiro”, após cometer o crime, conseguiu fugir do local, mas a sua trajetória não durou muito. Ele foi encontrado caído em uma rua próxima, gravemente ferido, e a causa do ferimento se revelou ser tão trágica quanto o ato que cometeu. A Polícia Militar confirmou que o homem foi atingido por um tiro de sua própria arma, com a suspeita de que um disparo tenha ricocheteado em uma parede e atingido seu peito.
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O tenente Felipe Beato, do 18º Batalhão da PM, explicou que essa hipótese foi levantada por peritos que investigaram a cena do crime. “Uma das hipóteses levantadas pelo perito seria de que ele efetuou um disparo, e um desses disparos bateu na parede, ricocheteou, voltou no peito dele e vitimou ele também”, disse Beato em entrevista à rádio Itatiaia. Essa reviravolta destaca a ironia trágica de um homem que buscava fazer justiça e acabou se tornando uma vítima de suas próprias ações.
Durante a operação de resgate e investigação, a polícia apreendeu uma quantidade significativa de drogas na residência onde os crimes ocorreram: 99 pinos de cocaína e 31 pedras de crack, além de diversos cartuchos de munição. A descoberta não apenas evidenciou a gravidade da situação, mas também lançou luz sobre o tráfico de drogas na região, que continua a ser um problema persistente e devastador.
Além disso, as autoridades estão investigando a possibilidade de que outra pessoa tenha estado envolvida no incidente. Segundo relatos de testemunhas, há indícios de que um segundo indivíduo pode ter disparado a arma, ferindo o “justiceiro” de forma não intencional. “Populares informaram que poderia ter outro envolvido com o autor e que efetuou esse disparo nele sem querer. A gente ainda não descarta as hipóteses”, afirmou o tenente Beato.