Em uma reviravolta inesperada, a Polícia Civil de São Paulo descobriu a identidade de um intermediário do Primeiro Comando da Capital (PCC), Everton de Brito Nemésio, conhecido como “Delho”, após ele fazer um pedido aparentemente inofensivo: incluir seu nome e o de seus familiares nas orações de uma igreja. As investigações, conduzidas pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, revelaram que Nemésio atuava como uma espécie de “pombo-correio” da facção criminosa, enviando e recebendo mensagens entre os integrantes do PCC, incluindo a esposa de um líder jurado de morte.
A descoberta de “Delho” surpreendeu as autoridades, dada a sua habilidade em manter o anonimato e a discrição. Ele utilizava um cartão de memória habilitado no exterior para evitar ser rastreado pela polícia, conforme revelou a investigação da Dise. Esse recurso sofisticado demonstrava a complexidade das operações de comunicação do PCC e o cuidado tomado por seus integrantes para evitar a detecção.
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No entanto, a rede de sigilo foi comprometida quando Nemésio, em uma mensagem enviada à esposa do líder do PCC, agradeceu por um vídeo recebido e pediu que seu nome e o de sua família fossem incluídos em orações. O pedido, aparentemente inofensivo, foi suficiente para que a polícia identificasse “Delho” como Everton Nemésio, um criminoso com um histórico extenso. Ele já foi indiciado por diversos crimes, incluindo formação de quadrilha, homicídio, roubo e furto.
A mensagem de Nemésio dizia: “Muito obrigado pelo vídeo. Palavras sábias. Até me deu um arrepio só de ouvir, cunhada, como se fosse pra mim. Aproveito para pedir a senhora, por favor, apresenta [sic] meu nome e de minha família nas orações da igreja. Meu nome é: Everton Nemésio”. A inclusão de seu nome facilitou o trabalho das autoridades, que logo identificaram seu envolvimento com o PCC e sua atuação como intermediário de mensagens.
Atualmente, Everton de Brito Nemésio está em liberdade, sem mandado de prisão expedido contra ele, segundo apuração feita pelo portal Metrópoles. A Polícia Civil segue acompanhando seus passos, uma vez que ele já foi indiciado por uma série de crimes graves no passado.