Foram divulgados alguns prints de conversas no WhatsApp de um homem identificado como Matheus Oliveira, 19 anos, suspeito de estuprar cerca de 13 garotos em Manaus, com as vítimas que tem entre 10 e 11 anos. Ele foi preso nesta quarta-feira (30), em um condomínio de luxo na avenida Efigênio Salles, no bairro Aleixo, zona centro-sul, durante deflagração da Operação Fim de Jogo da Polícia Civil do Amazonas, acusado de cometer estupro de vulnerável, importunação sexual e armazenamento de pornografia infantil contra as vítimas.
A operação foi desencadeada após investigações de cerca de dois meses que revelaram um padrão de comportamento predatório por parte do acusado, que, segundo a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), se fazia passar por adolescente para atrair as vítimas de dentro do condomínio. Ele havia criado um grupo em um aplicativo de mensagens com a intenção de organizar partidas de futebol no local onde residia. Contudo, em vez de esportes, os encontros eram marcados em locais reservados, como o banheiro da área de lazer do condomínio.
PUBLICIDADE
A polícia encontrou conversas comprometedoras entre Matheus e suas vítimas. Em uma delas, o suspeito oferece a quantia de R$ 300 a um menino, insinuando que o pagamento seria por “felicidade”.
Além disso, em outra mensagem recuperada pela polícia, Matheus promete um gift card de jogos em troca de imagens íntimas, revelando a natureza doentia de suas intenções.
Em uma mensagem enviada para outra criança, o criminoso ameaça cometer suicídio e alega que não para de chorar, e está pensando em desistir de tudo.
PUBLICIDADE
Modus operandi
A delegada Juliana Tuma, titular da DEPCA, revelou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30) detalhes perturbadores sobre o caso. De acordo com as investigações, o suspeito aproveitava a proximidade e a confiança conquistada no ambiente esportivo para manipular e abusar dos garotos.
PUBLICIDADE
Segundo a autoridade policial, o suspeito explorava o respeito e admiração que as crianças e adolescentes tinham por ele. Como organizador do time de futebol, ele era visto como uma figura de autoridade e, muitas vezes, de exemplo para os jovens. A investigação aponta que o suspeito usava essa posição para manipular as vítimas, intimidando-as quando elas demonstravam resistência e utilizando estratégias de chantagem emocional.
“Ele percebia a resistência das crianças e, então, dizia que sofria de transtornos de ansiedade e depressão. Esse apelo emocional sensibilizava as vítimas, que se viam pressionadas a atender às suas exigências. Esse tipo de manipulação fazia parte da tática que ele usava para manter o controle sobre os meninos e continuar cometendo os abusos”, explicou Tuma.