
Foto: Reprodução
Um relatório de inteligência do Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelou alterações na Sintonia Restrita, célula de elite do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável por monitorar e planejar atentados contra autoridades no Brasil. Entre os novos integrantes, constam ex-presidiários com extensa ficha criminal e líderes históricos da facção.
A Sintonia Restrita ganhou notoriedade após a desarticulação do plano do PCC de atacar o senador Sergio Moro e sua família, revelado pela Operação Sequaz, da Polícia Federal (PF), em março de 2023. Na ocasião, o promotor Lincoln Gakiya, do MPSP, também era alvo da facção. O coordenador da célula na época, Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como Nefo ou NF, de 48 anos, foi detido na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau por planejar o atentado.
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O relatório indica que a nova prisão de Nefo levou a Sintonia Restrita a suspender os planos em andamento e reiniciar suas atividades. Com treinamento de guerrilha e responsável por missões sigilosas e de alto risco, o grupo responde diretamente ao alto escalão da facção.
Recentemente, os investigadores descobriram que os criminosos pesquisaram os endereços dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para uma possível “missão” no Distrito Federal.
Os convocados para essa missão foram identificados como Matheus, Felipe e Neymar, ainda não identificados pelos investigadores. O grupo também inclui Sandro dos Santos Olimpio, conhecido como Cisão, de 40 anos, preso em outubro por agentes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).
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De acordo com o Metrópoles, Cisão possui extenso histórico criminal, incluindo participação em tentativa de resgate de integrante do PCC e escolta armada de um ônibus de visitantes de detentos. O relatório destaca a complexidade e a periculosidade das atividades da Sintonia Restrita, ressaltando a necessidade de ações efetivas para combater essas organizações criminosas.
Alta cúpula
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No relatório, o MPSP estabelece relação entre Cisão e Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal, de 52 anos, que tem histórico de roubo a caixa eletrônico e esteve na primeira leva de grandes lideranças do PCC transferidas para presídios federais, no início de 2019.
Como mostrou o Metrópoles, Chacal saiu pela porta da frente da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, após cumprir nove anos de prisão por roubo e formação de quadrilha, e está em liberdade desde o fim de outubro. O advogado Eliseu Minichillo nega que ele tenha envolvimento com a facção.
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Ao solicitar sua prisão no sistema federal, o MPSP alegou que Chacal já ocupou cargo de número um do PCC nas ruas e chegou a assumir um posto na chamada Sintonia Final, a mais alta prateleira da facção, em 2018, indicado pelo próprio Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o líder máximo da organização criminosa.
Outro chefão para quem o grupo de elite do PCC prestaria contas das ações é Patric Velinton Salomão, o Forjado, 43, que já cumpriu pena por tráfico de drogas, porte ilegal de armas e homicídio – hoje, está em liberdade. Atualmente, ele é apontado pelo MPSP como o número um da facção nas ruas.
Redação AM POST