O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi executado a tiros no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo nesta sexta-feira (8). No momento do crime, Vinicius estava acompanhado da namorada e de dois seguranças, que também feriu um funcionário do aeroporto. A emboscada reforça o histórico de ameaças que Gritzbach enfrentava desde que se tornou alvo do Primeiro Comando da Capital (PCC) após firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), que tramita sob sigilo judicial.
Gritzbach já havia sofrido uma tentativa de assassinato no final do ano passado. Em dezembro, enquanto celebrava o Natal com familiares no Jardim Anália Franco, bairro nobre da zona leste de São Paulo, foi surpreendido por disparos que atingiram a sacada de seu apartamento. A tentativa não teve sucesso, mas sinalizou os riscos que ele corria desde que cooperou com as investigações contra a facção.
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A delação de Gritzbach incluiu acusações graves contra o PCC, principalmente sobre um duplo homicídio cometido em dezembro de 2021. Segundo a denúncia do MPSP, ele e o agente penitenciário David Moreira da Silva teriam planejado a morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, um dos líderes da organização criminosa, e de Antônio Corona Neto, “Sem Sangue”, que atuava como motorista de Cara Preta. O assassinato dos dois membros ocorreu em 27 de dezembro de 2021 e teria contado com a execução de Noé Alves Schaum, suposto executor do crime. Schaum, por sua vez, também foi morto dias depois, em janeiro de 2022, possivelmente como uma queima de arquivo.
Desde então, a vida de Gritzbach era marcada pela necessidade de constante proteção. Ele circulava com seguranças, adotava rotinas discretas e evitava locais públicos, mas o esquema de segurança não foi suficiente para impedir o ataque desta sexta-feira. As forças de segurança de São Paulo agora investigam se o atentado no aeroporto foi planejado a partir de informações vazadas, que poderiam ter exposto a localização e o horário exato da presença do empresário em Guarulhos.
Antônio Vinicius Lopes Gritzbach esteve preso até 7 de junho de 2023, quando ganhou liberdade condicional e passou a usar tornozeleira eletrônica.