O clima eleitoral em Manaus esquentou nesta quinta-feira (12) com uma troca de farpas entre os candidatos à prefeitura da cidade, o deputado federal Alberto Neto (PL) e Amom Mandel (Cidadania). Durante um evento de campanha, Alberto Neto criticou duramente seu adversário, acusando-o de se omitir em relação ao pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O pedido de impeachment contra Moraes foi apresentado na segunda-feira (9) por um grupo de parlamentares no Congresso Nacional. Os políticos alegam que o ministro forjou provas, cerceou a liberdade de expressão e abusou de poder ao perseguir opositores políticos. A pauta tem gerado discussões intensas, especialmente entre os candidatos ao cargo de prefeito de Manaus, com Alberto Neto tomando uma postura crítica e combativa.
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Embora não tenha citado Amom Mandel diretamente, Neto fez referência ao posicionamento de um “deputado federal, que é candidato a prefeito”, em sua fala à imprensa. “Eu vi que teve um deputado federal, que é candidato a prefeito, tentando justificar porque não assinou o pedido de impeachment. Quero falar para esse candidato que ele tem que sair de cima do muro, tem que ter coragem para enfrentar o sistema”, declarou Neto.
Acusação de omissão
Segundo o parlamentar, o papel dos deputados federais no pedido de impeachment era crucial, uma vez que, de acordo com ele, os senadores não puderam assinar para evitar se tornarem suspeitos caso o processo avançasse. “Foi uma estratégia nossa, mas foram os deputados que entraram com o pedido de impeachment. Por isso, a força de cada deputado era importante naquele momento. Mas muitos se acovardaram, e um desses é candidato a prefeito de Manaus e está querendo justificar o injustificável”, afirmou Neto, sugerindo que Amom teria optado por não participar ativamente da iniciativa.
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A crítica de Alberto Neto se baseia no fato de que Amom, ao não assinar o pedido de impeachment, estaria evitando um posicionamento firme em relação às acusações feitas contra Moraes. Neto ainda questionou a coragem de seu adversário para enfrentar “o sistema”, insinuando que Amom teria se acovardado em um momento crítico.
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Resposta de Amom Mandel
Antes da declaração de Alberto, Amom Mandel já havia se manifestado sobre o assunto em suas redes sociais. Em sua fala, o parlamentar foi enfático ao destacar que o processo de impeachment de ministros do STF não é de competência dos deputados federais, mas sim dos senadores. “Deputado federal não vota em impeachment de ministros do STF, só os senadores. Isso é um estelionato eleitoral de um monte de deputados, que não têm compromisso com a verdade e querem te enganar”, publicou Amom, se referindo ao que considera uma manipulação política do tema.
Amom, que tem se posicionado como um candidato mais jovem e com foco em pautas de renovação, deixou claro que, na sua visão, a movimentação dos deputados em torno do impeachment seria, em grande parte, um teatro político para angariar apoio eleitoral, sem efeitos práticos no processo, uma vez que cabe ao Senado a avaliação e eventual aprovação de um impeachment contra membros do STF.
A questão do impeachment de Alexandre de Moraes se tornou uma das bandeiras de alguns setores políticos, especialmente entre grupos mais conservadores, que criticam as decisões do ministro em relação a investigações envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.