Durante uma coletiva de imprensa na COP28 em Dubai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a tensa questão envolvendo a Venezuela e a Guiana referente ao território de Essequibo. Expressando preocupação, Lula enfatizou a necessidade de “bom senso” por parte dos envolvidos e destacou as medidas tomadas pelo Brasil para tentar mediar a situação.
O presidente brasileiro revelou ter mantido diálogos telefônicos com o presidente da Guiana e enviado seu assessor especial, Celso Amorim, em uma missão à Venezuela para se reunir com Nicolás Maduro. Lula também mencionou a iminência de um referendo na Venezuela, previsto para ampliar o território reivindicado por Maduro, algo que desafia um acordo anteriormente aceito pelo Brasil.
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Essequibo, uma região de aproximadamente 160 mil km², tem sido alvo de disputa histórica entre Venezuela e Guiana por mais de um século, com os venezuelanos reivindicando-a como parte de seu território. O presidente Lula ressaltou a importância do Acordo de Genebra de 1966, resultado de um longo processo que remonta à campanha venezuelana nas décadas de 1940, onde foi denunciada a integração da área à então Guiana Britânica.
Após um período de interrupção das negociações entre 1970 e 1982, a Venezuela decidiu revisar o acordo em curso, recorrendo aos termos de 1966 e encaminhando o caso para a ONU. Recentemente, juízes da Corte Internacional de Justiça, em Haia, determinaram que a Venezuela deveria se abster de quaisquer ações que alterassem o status da região, embora não tenham recomendado a suspensão do plebiscito, conforme desejava a Guiana.
Lula enfatizou a necessidade de evitar conflitos na América do Sul, ressaltando a importância de direcionar esforços para melhorar a qualidade de vida das pessoas, em vez de se envolver em disputas territoriais.