Bolsonaro chama Salles de ‘marçalete’ e dispara críticas ao ex-ministro

As divergências entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, agora deputado federal, revelaram fissuras significativas no campo político da direita no Brasil. Salles, que até recentemente era visto como aliado de Bolsonaro, deixou o Partido Liberal (PL), onde foi eleito com apoio de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, para se filiar ao Partido Novo. Ele também apoiou Pablo Marçal na disputa pela prefeitura de São Paulo, contrariando a preferência de Bolsonaro pelo atual prefeito, Ricardo Nunes. Esse cenário de desavença trouxe questionamentos sobre a liderança e a coesão do grupo político de direita.

Bolsonaro informou que Salles já esteve ligado a outras figuras e partidos antes de chegar ao bolsonarismo, como o ex-governador Geraldo Alckmin, de quem foi secretário quando este estava no PSDB, e João Amoêdo, fundador do Partido Novo, que mais tarde apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A migração de Salles entre diferentes grupos políticos, segundo Bolsonaro, evidencia uma falta de liderança a princípios consistentes. “Foi ser marçalete, agora tá viúvo”, ironizou Bolsonaro, em referência à mudança de Salles para grupo político de Pablo Marçal.

As discordâncias entre Jair Bolsonaro e outras figuras da política, como Ricardo Salles, refletem tensões mais amplas dentro do espectro político da direita no Brasil. Bolsonaro vem utilizando o termo “intergalácticos” para se referir àqueles que desafiam sua liderança, refletindo uma ruptura na coesão entre grupos que tradicionalmente o apoiavam.

O Bolsonaro compartilhou sua irritação diante de uma postagem feita por Salles a respeito da vitória de Trump nos Estados Unidos. O deputado escreveu que  “Trump é o maior dos intergalácticos”, “não se curvou, não negociou, não cedeu, não retrocedeu, foi lá e venceu”.

O ex-presidente, por sua vez, leu o tweet como uma indireta a ele. “Qual é a minha diferença para o Trump? Enorme, pô, ele é bilionário, eu não sou porra nenhuma. Qualquer coisa que acontecesse nos Estados Unidos tem repercussão no mundo.”