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A discussão sobre o Projeto de Lei 6831/2010, que visa endurecer as penas para crimes sexuais, retorna à pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em um momento de intensas polêmicas e acusações no cenário político brasileiro. O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-CE), relator do texto na Câmara, tem se posicionado firmemente contra os partidos de esquerda, especialmente o Partido dos Trabalhadores (PT), acusando-os de defenderem criminosos, inclusive estupradores.
Na semana passada, deputados do PT solicitaram o adiamento da discussão sobre o PL 6831/2010, o que gerou uma forte reação de Alberto Neto. “Isso mostra mais uma narrativa deles”, declarou o deputado à coluna Entrelinhas do Gazeta do Povo, sugerindo que a atitude do PT seria uma tentativa de postergar uma decisão importante em um momento crítico para o país.
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O deputado argumenta que o pedido de adiamento feito pelo PT ocorre exatamente quando “o Brasil inteiro está de olho em questões como a violência doméstica e o feminicídio”. Ele destaca que o Brasil ocupa uma posição alarmante como o quinto país do mundo em números de feminicídio, o que, segundo ele, demanda respostas mais duras do parlamento.
Alberto Neto enfatiza a urgência de se trazer penas mais severas para estupradores, argumentando que tal medida seria uma resposta adequada à população, que clama por justiça e segurança. “A população quer uma resposta do parlamento e o PT, que até pouco tempo estava reclamando que a pena do estuprador era branda, agora se acovarda e mostra sua verdadeira face, que é proteger bandidos, inclusive estupradores”, afirmou.
A presidente da CCJ, deputada Caroline de Toni (PL-SC), decidiu pautar o Projeto de Lei em resposta às críticas recebidas pela aprovação da urgência do Projeto de Lei 1904/2024, conhecido como “PL antiaborto”. Este projeto equipara a pena da realização de aborto após a 22ª semana ao crime de homicídio, gerando uma grande controvérsia e mobilização social.
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Para Caroline de Toni, a inclusão do PL 6831/2010 na pauta é uma forma de mostrar o comprometimento do colegiado com o combate à violência sexual e de responder às críticas de que o parlamento estaria focando em questões ideológicas em detrimento de temas urgentes como a segurança pública.
De acordo com o relator Alberto Neto, as propostas que visam aumentar as penas para crimes contra a liberdade sexual são estratégias eficazes para desestimular a ação dos infratores. Ele acredita que penas mais duras têm o potencial de promover uma redução significativa nos índices de violência sexual, uma vez que aumentariam os riscos e as consequências para os criminosos.
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Para muitos, no entanto, a discussão sobre o endurecimento das penas é mais complexa e envolve uma série de questões sociais e jurídicas. Críticos apontam que apenas aumentar as penas pode não ser suficiente para resolver os problemas estruturais que levam à violência sexual e que são necessárias políticas públicas mais abrangentes e integradas.