O deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) assume nesta quarta-feira (19) a coordenação da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, substituindo o deputado Eli Borges (PL-TO). Esta é a quarta vez que Silas comandará a frente parlamentar, tendo anteriormente cumprido dois mandatos de um ano e dois períodos de seis meses. Conhecido por seu “perfil mais light” e facilidade de diálogo, a expectativa é que sua liderança ajude a suavizar as negociações com o governo.
A troca de liderança ocorre em um momento delicado, com a bancada evangélica no centro de uma polêmica legislativa. Um projeto que equipara a pena do aborto após 22 semanas de gestação à punição para homicídio simples — de seis a 20 anos de reclusão — tem gerado controvérsia. A proposta, que incluiria até casos de estupro, é vista por muitos como uma demanda da bancada evangélica, algo que os deputados negam veementemente.
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Eli Borges assumiu a coordenação em fevereiro, com o compromisso de passar o cargo após seis meses.
A trajetória de Silas Câmara não está isenta de controvérsias. Em janeiro deste ano, ele teve seu mandato cassado sob a acusação de captação e gasto ilícito de recursos financeiros durante a campanha eleitoral de 2022. O Ministério Público Eleitoral (MPE) acusou o deputado de ter fretado aeronaves no valor de quase R$ 400 mil, uma despesa que não teria sido devidamente registrada. Contudo, em 22 de março, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) anulou a cassação do mandato, permitindo que Silas retornasse às suas atividades legislativas.