Nesta sexta-feira, 10 de janeiro, a crise política da Venezuela alcançou um novo capítulo de tensão e incerteza. Nicolás Maduro, que governa o país desde 2013, tomou posse para seu terceiro mandato em meio a denúncias de fraude eleitoral. Paralelamente, o líder oposicionista Edmundo González, que afirma ser o verdadeiro vencedor das eleições de 2014, prometeu assumir o cargo de presidente, intensificando a disputa pelo comando do país.
As eleições de julho de 2024 continuam sendo alvo de intensos debates e contestações. Observadores internacionais, incluindo a organização Centro Carter, validaram a vitória de González, apontando indícios consistentes de manipulação no processo que proclamou Maduro como vencedor. Segundo a oposição, González teria recebido 67% dos votos, enquanto Maduro alcançou apenas 31%. Em contrapartida, o regime chavista afirma que o atual presidente venceu com 51,2% dos votos, em uma eleição cuja transparência foi amplamente questionada.
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Apesar das evidências apontadas pela oposição, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, declarou Maduro como vencedor. Sem apresentar boletins de votação ou atas eleitorais, o órgão contribuiu para ampliar as suspeitas de irregularidades e fortalecer o discurso de ilegitimidade do terceiro mandato do ditador.
URGENTE – Nicolás Maduro acaba de tomar posse como presidente da Venezuela e faz juramento em nome de Hugo Chávez
“Juro cumprir a constituição. Juro em nome do comandante, Hugo Chávez.” pic.twitter.com/QWUockYmgj
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— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) January 10, 2025
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Apoio Internacional e Repressão Interna
Maduro conta com o respaldo de potências como Rússia e China, que oferecem suporte político e econômico ao regime. O aparato repressor também é utilizado como ferramenta para consolidar seu poder. Em uma manobra para evitar a chegada de González ao território venezuelano, o governo ordenou o fechamento das fronteiras do país até a próxima segunda-feira e emitiu uma ameaça direta: caso González retorne ao país, será imediatamente preso.
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Além disso, o governo anunciou uma recompensa de 100 mil dólares por informações sobre o paradeiro do opositor, embora González tenha sido visto recentemente em países como Argentina, Uruguai, Estados Unidos, República Dominicana e Panamá, em busca de apoio internacional para sua posse.
Divisão e Instabilidade
A situação coloca a Venezuela em um cenário de duplo comando, com dois líderes reivindicando a presidência. Enquanto Maduro reforça o controle interno com medidas repressivas e propagandas de vitória, González representa a esperança da oposição por uma transição democrática. Contudo, a instabilidade política e a falta de consenso entre os blocos agravam a crise humanitária que já atinge milhões de venezuelanos.
A comunidade internacional se mantém atenta à situação, com muitas nações rejeitando a legitimidade do novo mandato de Maduro. No entanto, ações concretas para resolver o impasse ainda são incertas, deixando o futuro do país pendurado em um delicado equilíbrio entre a repressão e a resistência.