A corrida rumo a eleição deste ano já começou, e os competidores e seus aliados, não estão fazendo nenhuma questão de disfarçar que já aceleraram o passo, pelo menos na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). Na última terça-feira (1º) durante uma sessão especial de homenagem a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) a deputada Alessandra Campelo, que figura como possível candidata do PCdoB à Prefeitura este ano, jogou pedra no telhado do prefeito Arthur Neto (PSDB) ao falar sobre a situação das ruas do Distrito Industrial, um impasse de mais de 10 anos que ainda não foi resolvido porque Prefeitura de Manaus, Estado e Governo Federal, ainda não entraram em consenso sobre quem é o responsável pela obra.
O vereador Iram Nicolau (PSD ), que representava a Câmara Municipal no evento, tomou as dores e defendeu o prefeito Arthur, que este ano é candidato a reeleição. O assunto ainda rendeu muito ‘pano pra manga’ quando voltou a tona nesta quarta-feira (2) já nos primeiros assuntos da sessão trazido, de novo, por Alessandra que aproveitou o tempo na tribuna para dizer que a Prefeitura aumentou sua arrecadação mas não recuperou as ruas do Distrito.
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Em seguida o deputado Wanderley Dallas do PMDB, mesmo partido do ministro Eduardo Braga, criticou a criação de taxas administrativas na Procuradoria Geral do Município ligadas ao setor imobiliário. O projeto está tramitando na Câmara Municipal de Manaus (CMM). O PMDB já informou que terá candidato às eleições municipais, só não definiu quem.
Logo após os pronunciamentos de Campelo e Dallas, o deputado Bosco Saraiva (PSDB), do mesmo partido do prefeito Arthur, pediu a fala e disse que ver “com muita estranheza” a cobrança de Campelo. “Vim aqui me pronunciar, não para defender o prefeito, porque ele sabe se defender muito bem, mas esclarecer algumas coisas para que as informações dadas ainda pouco aqui não iluda a população em ano eleitoral, por quem está interessado em votos”, disse Bosco.
O parlamentar disse que o impasse vem sendo arrastado a mais de dez anos e que não é responsabilidade da Prefeitura, e sim do Governo Federal que não repassou recursos do convênio previsto para esta obra. Bosco disse ainda que achou “estranho” Campelo falar em aumento da arrecadação do município, quando Estado e Governo Federal falam em queda na arrecadação, e a economia corresponde em efeito cascata também para as Prefeituras.
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O deputado ainda desafiou os parlamentares que sustentam o discurso dos buracos no Distrito a procurarem a justiça. “Assim a justiça vai dizer, por A mais B, de quem é a real responsabilidade pelos buracos do Distrito Industrial”, disse. Bosco ainda rebateu a declaração de Dallas dizendo que o partido dele, o PMDB, defende no Congresso Nacional a volta da CPMF ao tempo que ele critica aqui em Manaus a criação das taxas pela prefeitura.
Os deputados David Almeida (PSD), Ricardo Nicolau (PSD), Abdala Fraxe (PTN), deputados da base do governador José Melo (PROS) que já declarou apoio a reeleição de Arthur, entraram no debate e engrossaram o caldo em defesa do prefeito. Nicolau disse que a recuperação e manutenção das ruas do Distrito é uma das competências da Suframa, de acordo com está previsto no artigo 33, incisos IX e XII, do Regimento Interno da Autarquia.
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No final do discurso de Bosco, Alessandra rebateu dizendo que os dados são da Secretaria do Tesouro Nacional e que os recursos evoluíram em relação a 2012. Bosco disse que a deputada só esqueceu de dizer que a evolução é ínfima e menor que o custo das despesas que aumentaram por conta da inflação.
Pré-candidatos
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Além de Alessandra Campelo e Arthur, também já trabalham nos bastidores o ex-deputado Marcelo Ramos (PR), o vice-governador Henrique Oliveira (SDD), os deputados federais Marcos Rotta (PMDB) e Hissa Abrahão (PPS), e a superintendente da Suframa, Rebecca Garcia.