Durante a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (29/10), Celso Amorim explicou o veto do Brasil à Venezuela nos Brics.
Segundo o ex-chanceler brasileiro, que atua como o braço direito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos de política externa no terceiro mandato do petista, a Venezuela não cumpre requisitos básicos para integrar o bloco.
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“O Brasil não quer uma expansão indefinida, o Brasil acha que tem que ser países com influência e que possam ajudar a representar a região. E a Venezuela de hoje não preenche essas condições na nossa opinião”, disse Amorim a parlamentares presentes na reunião.
Além disso, o assessor especial do presidente Lula informou que a decisão de não permitir a entrada da Venezuela nos Brics não foi ideológica, e envolveu o mal estar diplomático recente entre o governo chavista e o Brasil.
“O Brasil concordou com Cuba e não concordou com a Venezuela porque existe esse mal estar [nas relações]. Eu espero que possa se dissolver a medida que as coisas lá se normalizem, os direitos humanos sejam respeitados, as eleições transcorram com normalidade, as atas apareçam, enfim, coisas desse tipo”, destacou o diplomata.
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O veto brasileiro contra o regime Maduro é o capítulo mais recente da tensão entre os dois países, que se arrasta desde as eleições presidenciais da Venezuela em julho deste ano.
Após a cúpula dos Brics na Rússia, Maduro classificou a postura brasileira como uma “agressão” contra a Venezuela, e chegou a comparar Lula a Jair Bolsonaro (PL). Além disso, o procurador-geral do país chegou a acusar o presidente brasileiro de forjar um acidente doméstico para não comparecer na reunião.