- Foto: Reprodução
Redação AM POST*
A médica Nise Yamaguchi entrou com processo contra os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Otto Alencar (PSD-BA) após seu depoimento à CPI da Covid, no início de junho deste ano. A oncologista alega ter sido vítima de misoginia (preconceito às mulheres) e humilhação durante a oitiva. A informação foi dada neste sábado pela CNN Brasil.
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Nise Yamaguchi, que está entre os 14 investigados pela CPI, pede indenização de R$ 160 mil por danos morais a cada um dos parlamentares. Na ação, a médica afirma que Aziz e Alencar abusaram do direito da imunidade parlamentar a que têm e “perpetraram um verdadeiro massacre moral”.
A defesa de Yamaguchi, diz que os senadores agiram “intencionalmente com morbo e com deliberada crueldade no escopo de destruir a imagem da médica perante toda a sociedade brasileira”. “(Nise Yamaguchi) Atônita, viu um ser humano ter destroçada a sua dignidade enquanto médica, cientista e mulher”, defendem os advogados.
Durante o depoimento, Nise Yamaguchi foi questionada sobre a existência de um gabinete paralelo ao ministério da Saúde, a mudança na bula de medicamentos e o uso comprovadamente ineficaz da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da covid-19.
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Em determinado momento, o senador Otto Alencar perguntou à médica a diferença entre vírus e protozoário. “Na grade curricular brasileira, os protozoários são estudados no 4° ano do estudo fundamental, fato este que por si só, demonstra a intenção de Otto Alencar em diminuir e humilhar publicamente Nise Yamaguchi, desprestigiando seu conhecimento científico.”, aponta a defesa da médica.
Na avaliação dos advogados, o presidente da CPI foi “cúmplice” dos ataques à médica. “Percebe-se do tom de voz e do caráter intimidatório do senador Omar Aziz que esse foi cúmplice da desintegração moral da médica, posto que nada fez para impedir ou minorar a agressiva sanha de seu colega, sendo cúmplice e corresponsável pelos abusos suportados por Nise Yamaguchi”, escreveu o advogado Raul Canal.
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Ainda segundo a CNN, a defesa da médica cita na ação o “manterrupting”, ato de constante interrupção da fala feminina por um homem, e compara o depoimento da médica à audiência judicial em que a influenciadora Mariana Ferrer foi humilhada pelo advogado do homem a quem ela acusa de estupro.