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PEC das Praias: a jogada dos super-ricos para privatizar nosso litoral

Descubra como a PEC das Praias pode afetar o Brasil, ameaçando ecossistemas costeiros e comunidades tradicionais. Saiba mais!

  • Por AM POST

  • 04/06/2024 às 15:44

  • Atualizado em 04/06/2024 às 15:45

  • Leitura em cinco minutos

PEC das Praias

A PEC das Praias é um tema que tem gerado intensos debates no Brasil. Proposta pelo senador Flávio Bolsonaro, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) visa permitir a venda de terrenos de marinha e áreas costeiras para a iniciativa privada. Essa medida tem dividido opiniões, com defensores argumentando a favor do desenvolvimento econômico e críticos alertando para os riscos ambientais e sociais.

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Contexto Histórico e Legal da PEC das Praias

Os terrenos de marinha são áreas costeiras pertencentes à União, estabelecidas pelo Código Civil Brasileiro de 1916. Tradicionalmente, essas áreas são administradas pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e são utilizadas para garantir o acesso público às praias e proteger ecossistemas costeiros sensíveis.

Argumentos a Favor da PEC das Praias

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Os defensores da PEC das Praias argumentam que a venda desses terrenos pode impulsionar a economia local e nacional. De acordo com o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), relator do projeto na Câmara, a proposta visa transformar áreas degradadas em regiões prósperas, criando empregos e fomentando o turismo. Eles destacam que muitas dessas áreas atualmente se encontram abandonadas, sem conservação adequada, o que poderia ser revertido com a iniciativa privada.

Críticas e Preocupações Ambientais

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Por outro lado, as críticas à PEC das Praias são numerosas e preocupantes. O Painel Mar, uma plataforma que reúne sociedade civil e entidades governamentais, destaca que a venda de terrenos costeiros pode agravar a degradação ambiental. Estudo da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o nível do mar está subindo cerca de 4 milímetros por ano, colocando em risco áreas que podem “deixar de existir no futuro”.

Impacto nas Comunidades Tradicionais

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As comunidades tradicionais, como caiçaras, quilombolas e povos indígenas, também podem ser gravemente afetadas. Essas populações dependem dos ecossistemas marinhos para sua subsistência e cultura. A venda de terrenos de marinha para empreendimentos privados pode fragilizar ainda mais essas comunidades, que já enfrentam desafios socioeconômicos e ambientais significativos.

Erosão e Mudanças Climáticas

Um estudo do Ministério do Meio Ambiente (MMA) de 2018 revela que 40% da costa brasileira enfrenta um processo avançado de erosão. A venda dessas áreas pode intensificar esse problema, levando ao estreitamento da costa e ao colapso do turismo. O cientista Carlos Nobre, especializado em aquecimento global, afirma que o aumento do nível do mar e a intensificação das ressacas são inevitáveis, tornando a venda de terrenos de marinha “completamente sem sentido”.

Perspectivas Econômicas

O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) informou que há 564 mil imóveis registrados em terreno de marinha, com uma arrecadação de R$ 1,1 bilhão em 2023. O MGI estima que o valor poderia ser cinco vezes maior, caso todas as construções fossem oficializadas. No entanto, críticos argumentam que a privatização pode levar à socialização de prejuízos, com altos custos indenizatórios para a União em futuras desapropriações.

Exemplos Práticos e Preocupações Locais

Em Balneário Camboriú (SC), a supressão de dunas e praias por calçadões e avenidas resultou em impactos severos, como a diminuição da área de lazer e o sombreamento da praia. Outro exemplo é Atafona, no litoral norte do Rio de Janeiro, onde o mar avança em média 2,7 metros por ano, transformando a cidade em uma “cidade fantasma”.

Considerações Finais

A PEC das Praias representa um dilema complexo entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental. Enquanto alguns veem na proposta uma oportunidade para revitalizar áreas costeiras e fomentar o turismo, outros alertam para os riscos ambientais e sociais que podem resultar dessa medida. A decisão final sobre a PEC das Praias deve considerar não apenas os benefícios econômicos imediatos, mas também os impactos a longo prazo no meio ambiente e nas comunidades tradicionais.

A PEC das Praias suscita um debate profundo sobre o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental. Ao ponderar os argumentos a favor e contra, é essencial considerar os impactos a longo prazo para o meio ambiente e as comunidades tradicionais. Decisões sobre a gestão dos terrenos de marinha devem ser tomadas com cautela, visando o bem-estar das futuras gerações e a preservação dos ecossistemas costeiros.

A Marinha do Brasil alertou que as áreas afetadas pela PEC das Praias são pilares essenciais para a soberania nacional. Para mais detalhes, leia a matéria completa: Marinha diz que áreas afetadas por PEC são pilares essenciais para soberania.

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