
Remessa conforme: Haddad e Kataguiri batem boca na Câmara- Foto: internet
Na última quarta-feira, 22 de maio, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados foi palco de um intenso debate entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o deputado federal Kim Kataguiri. O principal foco da discussão foi a taxação de compras internacionais e o programa Remessa Conforme, uma iniciativa do governo federal destinada a regulamentar o varejo online de empresas estrangeiras.
Desde a implementação do programa, a Receita Federal isenta de Imposto de Importação as compras de até US$ 50 destinadas a pessoas físicas. No entanto, os estados impõem um ICMS de 17% sobre essas transações. Os sites participantes têm a responsabilidade de informar a Receita Federal sobre as compras, o que garante prioridade na liberação das mercadorias pela alfândega.
PUBLICIDADE
Empresários brasileiros têm manifestado insatisfação com essa isenção, argumentando que ela gera uma concorrência desleal, já que produtos nacionais estão sujeitos a impostos mais elevados. Haddad propôs o fim dessa isenção, mas a sugestão não avançou. Atualmente, o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que está em tramitação na Câmara, pode eliminar essa isenção.
Durante a audiência, o deputado Kim Kataguiri criticou a postura do governo em buscar aumentar a arrecadação, sugerindo que cortes nos “privilégios do orçamento público” deveriam ser considerados antes de novas tributações. Ele também questionou a posição do governo e acusou o Executivo de não responder suas perguntas objetivas.
A Defesa de Haddad
O ministro Fernando Haddad defendeu a tributação das compras internacionais, alegando que se trata de uma questão de justiça com a indústria nacional. Ele destacou que a cobrança do imposto é de responsabilidade dos estados e criticou a oposição por tentar ideologizar o debate.
PUBLICIDADE
“Pega o microfone e fala mal do Tarcísio [Freitas, governador de São Paulo]. Coragem! O varejo brasileiro é honrado e feito de empresários honrados, a indústria brasileira é honrada, não é assim como o senhor está colocando. As pessoas que mandaram esse documento para nós são honradas, merecem ser ouvidas pelo senhor. Receba-os no seu gabinete. Feche a porta para ouvir e parar de lacrar na rede”, declarou Haddad.
A Resposta de Kataguiri
Kataguiri rebateu as afirmações, esclarecendo que não insinuou que a indústria brasileira não é honrada e acusou Haddad de fazer declarações levianas. Ele também criticou o ministro por não responder às suas perguntas durante a audiência.
PUBLICIDADE
A Complexidade das Questões Tributárias no Brasil
Esse embate evidencia as divergências entre diferentes visões sobre política fiscal e a regulamentação do comércio internacional, sublinhando a complexidade das questões tributárias no Brasil. A disputa entre Haddad e Kataguiri não apenas destaca os desafios enfrentados pelo governo na busca de um equilíbrio entre arrecadação e competitividade, mas também ressalta a necessidade de um diálogo mais profundo e transparente sobre as políticas econômicas do país.
A discussão sobre a taxação de compras internacionais e o programa Remessa Conforme revela a intricada teia de interesses e preocupações que envolve a política fiscal brasileira. Empresários, consumidores e autoridades fiscais se encontram em um delicado equilíbrio, onde cada decisão pode ter amplas repercussões econômicas e sociais.
PUBLICIDADE
Considerações Finais
Enquanto a Câmara dos Deputados continua a debater o futuro das políticas fiscais, é crucial que todas as partes interessadas sejam ouvidas e que soluções equitativas sejam buscadas. A justiça tributária é fundamental para garantir um mercado justo e competitivo, onde tanto empresas nacionais quanto internacionais possam prosperar.