Redação AM POST*
O deputado Sinésio Campos (PT) apresentou uma moção de repúdio à atitude do ministro da Economia, Paulo Guedes, que comparou os servidores públicos a ‘parasitas’. A moção foi apresentada na terça-feira (11), durante Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
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O parlamentar disse ser ofensivo e um desrespeito aos trabalhadores do serviço público serem taxados de forma irresponsável de parasitas. “Parasita é o ministro Paulo Guedes que é responsável pela orquestração das chamadas ‘pedaladas fiscais’ [apelido dado às manobras contáveis que não estão previstas no orçamento realizadas entre instituições do próprio governo]”.
O deputado ressaltou ainda que Guedes, na condição de ministro, também é um servidor público que não prestou concurso. Portanto é injusto taxar médicos, policiais, professores, e outros profissionais. “A atitude é extremamente grave, além de total descaso a afronta aos funcionários públicos. O ministro ousou praticar postura humilhante e injuriante, envergonhando o País. Diante disso apresentamos essa moção de veemente repúdio às declarações do ministro da Economia que ofendeu, não apenas aos servidores, mas toda a classe trabalhadora, ao passo que apoiamos as reivindicações da categoria”, afirmou.
Comentário
O ataque do ministro à categoria ocorreu, na última sexta-feira (7), em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas, quando Guedes falou sobre as reformas administrativas que o governo pretende encampar e se posicionou contra o reajuste anual nos salários dos servidores já que, segundo ele, os trabalhadores já têm o ‘privilégio’ de ter estabilidade e uma ‘aposentadoria generosa’. Ele afirmou que “o hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”.
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Paulo Guedes pediu desculpas nesta segunda-feira (10) por ter chamado os servidores públicos de ‘parasitas’, alegando ter se expressado muito mal e que descuidadamente teria ofendido aos servidores. Contudo, a exemplo do repúdio manifestado por Sinésio Campos, a declaração gerou revolta entre parlamentares e entidades que representam os trabalhadores. A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), por exemplo, divulgou uma nota de repúdio à conduta de Guedes. O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) considerou a fala de Guedes um assédio moral contra os servidores públicos e promete acionar a Justiça contra o ministro.