Notícias de Política – Os partidos União Brasil e Progressistas (PP) oficializaram nesta terça-feira (29) a criação de uma federação partidária que já nasce com o maior peso político do país. Batizada de União Progressista, a nova aliança será registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos meses e terá validade a partir das eleições de 2026.
Com a fusão estratégica, União e PP formam a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares, além de liderarem em número de prefeitos — quase 1.400 em todo o país — e em volume de recursos públicos destinados à atividade política.
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Segundo estimativas com base nos repasses de 2024, a nova federação receberia R$ 953,8 milhões do fundo eleitoral, valor R$ 67 milhões superior ao do PL, segundo colocado. No fundo partidário, o montante previsto é de R$ 197,6 milhões, também o maior entre as legendas registradas.
Além da força na Câmara, a federação conta com 14 senadores, igualando-se às maiores bancadas do Senado, e comanda seis governos estaduais, superando individualmente todas as demais siglas.
A presidência da União Progressista será inicialmente compartilhada, sem hierarquia formal, entre Antonio de Rueda (União Brasil) e o senador Ciro Nogueira (PP). A articulação é vista com atenção por outros partidos, que avaliam o impacto da chamada “superfederação” no equilíbrio das eleições de 2026.
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Amazonas
No Amazonas, a federação foi celebrada com entusiasmo pelo deputado estadual Roberto Cidade, presidente do União Brasil no estado. Em suas redes sociais, ele destacou a importância da nova composição:
“AGORA É OFICIAL! ✅ União Progressista, a maior federação partidária do Brasil, com a missão de construir um futuro mais seguro e próspero para o nosso país”, afirmou.
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Cidade também ressaltou o protagonismo político do estado na nova estrutura federativa.
“O Amazonas ganha ainda mais destaque nesse novo momento. Temos a maior bancada de deputados estaduais, o maior número de vereadores na Câmara Municipal de Manaus e o governador Wilson Lima. É hora de união e progresso!”, declarou o parlamentar.
A União Progressista surge como força relevante para as eleições de 2026, podendo influenciar na disputa presidencial, no Congresso Nacional e nos governos estaduais. A expectativa agora é pela homologação oficial da federação junto ao TSE.
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O presidente estadual da federação, governador do Amazonas, Wilson Lima, presidente do Diretório Estadual do União Brasil, ressaltou que a formação da União Progressista é um momento histórico não apenas para União Brasil ou para o PP, mas “porque a democracia dá um passo importante com a reunião de força política de homens e de mulheres comprometidos com o crescimento desse país”.
“Só na região Norte, com essa União, nós temos quatro governadores: Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima. Essa daqui é a maior estrutura partidária do Brasil. E eu não tenho a menor dúvida do quanto nós seremos decisivos a partir de agora, principalmente, no desenvolvimento econômico. É importante o país avançar nas responsabilidades estatais, responsabilidades fiscais, mas não perder de vista, sobretudo a questão social”, disse o chefe do Executivo Estadual amazonense.
“Eu venho de uma região, a região Norte do Brasil, que é a região mais rica desse país, mas que ainda convive com uma pobreza muito grande. Não há nenhuma sociedade que possa mudar os seus indicadores sociais sem que haja o desenvolvimento econômico. Geralmente, o mundo olha para a Amazônia, só vê a copa das árvores e esquece da população que lá vive. São 30 milhões de habitantes que precisam de oportunidade, que precisam de emprego, que precisam avançar naquilo que é básico. Nós precisamos avançar de forma, claro, sustentável, mas a riqueza que está debaixo do solo ela precisa ser revertida em forma de benefício para nossa população”, completou Wilson Lima.
Números do Amazonas
Na Câmara Municipal de Manaus, a federação será o maior bloco parlamentar, com oito vereadores (6 do União Brasil e 2 do Progressistas).
Em todo o Amazonas, a federação terá 202 vereadores, 144 do UB e 58 do PP.
Na Assembleia Legislativa do Amazonas, a federação seguirá com o mesmo número de deputados estaduais do União Brasil: 6.
Na Câmara Federal, a União Progressista terá dois deputados federais do Amazonas.
No Amazonas, a federação União Progressista terá também 25 prefeitos, sendo 24 do União Brasil e 1 do Progressistas.
A União Progressista terá ainda 13 vice-prefeitos em todo o estado Amazonas, sendo 12 do União Brasil e 1 do Progressistas.
Entenda o que são federações partidárias:
As federações partidárias são alianças estáveis entre dois ou mais partidos que passam a atuar como uma única agremiação política por um período mínimo de quatro anos. Ao contrário das coligações temporárias, as federações exigem alinhamento programático e atuação conjunta no Congresso Nacional e nas disputas eleitorais. Em caso de rompimento antecipado, os partidos podem perder acesso ao fundo partidário e ao fundo eleitoral, além de ficarem impedidos de formar novas federações ou coligações no período.
Atualmente, o TSE reconhece três federações: PT/PCdoB/PV, PSOL/Rede e PSDB/Cidadania — esta última já anunciou que será desfeita, mas a separação só será formalizada em 2026.
A União Brasil, um dos pilares da nova federação, nasceu da fusão entre o DEM e o PSL — partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente em 2018. Já o PP, tradicional força do centrão, tem influência consolidada no Congresso e no Executivo.
Com a União Progressista, o cenário político se reconfigura com a formação da federação mais robusta já vista no país, tanto em números quanto em projeção para as próximas eleições.
Presidência
A direção da federação será compartilhada, inicialmente, por Antonio Rueda, presidente do União Brasil e Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, que comandarão juntos até dezembro deste ano, quando haverá eleição para a nova composição.
O evento em Brasília, que ocorreu no salão Negro, da Câmara dos Deputados, reuniu ministros, governadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, senadores, entre outras autoridades públicas, além dos presidentes do Congresso e do Senado, senador Davi Alcolumbre (União Brasil/AP), e da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta (Republicanos/PB).