- Foto: © Ricardo Stuckert/PR
Notícias de política – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta quarta-feira (22), durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não é mais relevante no cenário internacional para atuar como mediador no conflito entre Ucrânia e Rússia. Zelensky foi enfático ao dizer que o momento de Lula para influenciar a situação passou.
“Eu acho que o trem do Brasil, para ser sincero, passou. Falei com Lula, nos encontramos e pedi que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra. Agora ele não é mais um ‘player’. Ele também não será um ‘player’ para Trump”, afirmou o líder ucraniano, em uma crítica direta ao papel do Brasil na busca por uma solução para o conflito.
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Desde que reassumiu a Presidência, em janeiro de 2023, Lula buscou se posicionar como mediador no impasse entre Ucrânia e Rússia. Em maio de 2024, o Brasil, em parceria com a China, apresentou uma proposta de paz que defendia uma “resolução pacífica” para o conflito. Contudo, a sugestão não foi bem recebida por todas as partes envolvidas, especialmente por Kiev.
A relação entre os presidentes de Brasil e Ucrânia se deteriorou ao longo de 2024. Declarações polêmicas de Lula contribuíram para o distanciamento. Entre elas, a sugestão de que a Ucrânia deveria ceder o território da Crimeia à Rússia para facilitar o fim do conflito gerou forte reação de Zelensky. Em outro momento, Lula chegou a afirmar que Kiev estaria “gostando” da continuidade da guerra.
Zelensky não poupou críticas à posição brasileira, destacando o que considera uma proximidade excessiva entre o Brasil e a Rússia. “Não entendo por que o Brasil está do lado do agressor”, declarou o presidente ucraniano em ocasião anterior.
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As palavras de Zelensky em Davos refletem o esfriamento da relação diplomática entre os dois países e colocam em xeque os esforços de Lula para recuperar protagonismo na cena internacional. A tentativa brasileira de mediar o conflito, que já enfrentava resistências, parece ter perdido ainda mais força diante das críticas de Kiev.