
Foto: freepik
No contexto do Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização e prevenção do câncer de mama, novas pesquisas da National Geographic revelam informações cruciais sobre a relação entre genes herdados e o desenvolvimento do câncer de mama. De acordo com um estudo internacional publicado na revista Science, os genes desempenham um papel fundamental na identificação do tipo de câncer que uma mulher pode desenvolver, destacando a importância da genética na luta contra essa doença.
O Papel dos Genes na Detecção do Câncer
Os genes influenciam a presença de epítopos, que são proteínas localizadas na superfície das células, inclusive nas células cancerosas. Esses epítopos funcionam como identificadores, semelhante a uma placa de um estabelecimento, permitindo que as células imunológicas reconheçam e ataquem as células anormais. A pesquisa revela que os cânceres com epítopos mais visíveis são menos propensos a se tornarem invasivos. Christina Curtis, autora principal do estudo e pesquisadora de câncer da Universidade de Stanford, afirma que “o potencial mortal de um tumor é estabelecido muito cedo durante a doença”.
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A Detecção Imunológica e sua Importância
A bióloga Kornelia Polyak, do Dana-Farber Cancer Institute, explica que nosso sistema imunológico está constantemente monitorando anomalias celulares. Os genes determinam quais epítopos são expressos, e aqueles que são mais evidentes têm maior probabilidade de serem atacados pelo sistema imunológico. Curtis descobriu que as células cancerosas podem apresentar epítopos desde seus estágios iniciais, marcando seu potencial maligno.
Células Cancerígenas e sua Variedade Genética
Historicamente, acreditava-se que o câncer era uma consequência aleatória ao longo da vida. No entanto, Curtis, em 2015, apresentou evidências de que as diferenças genéticas afetam a apresentação de epítopos nas células. Estudos indicam que células tumorais podem variar significativamente em composição genética, o que complica o tratamento. Polyak ressalta que as células tumorais podem diferir em características físicas e genéticas, tornando tratamentos como a terapia hormonal menos eficazes em alguns casos.
Entendendo o Risco Genético
Os pesquisadores já conheciam a importância dos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam consideravelmente o risco de câncer de mama. Contudo, muitas mulheres com maior risco não têm essas mutações, levando a questões sobre as origens desse risco. A análise de mais de 6 mil tumores de mama revelou que a “carga de epítopos da linha germinativa” pode ajudar a prever a agressividade do câncer. Segundo Kathleen Houlahan, colega de Curtis, mulheres com epítopos mais evidentes têm maior probabilidade de detectar e eliminar células cancerosas antes que se tornem invasivas.
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O Futuro da Prevenção do Câncer de Mama
As descobertas sugerem que será possível identificar mulheres em risco, possibilitando um acompanhamento mais rigoroso, como mamografias frequentes. Polyak acredita que quanto mais informações tivermos, melhor poderemos prever o risco de câncer de mama. Curtis enfatiza a necessidade de um teste genético que possa prever quais indivíduos estão em maior risco de desenvolver câncer agressivo.
“Não estamos fazendo o suficiente pelas mulheres com maior risco de morrer se não as tratarmos e as vigiarmos de forma diferente. Acho que estamos falhando”, conclui Curtis, apontando para a urgência de aprimorar os métodos de detecção e tratamento.
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Fontes:
- National Geographic
- Science Magazine
- Universidade de Stanford
Essas novas perspectivas sobre a genética e a detecção precoce do câncer de mama abrem caminhos promissores para a medicina de precisão, permitindo que intervenções mais eficazes sejam desenvolvidas e aplicadas em tempo hábi