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Relatos inusitados sobre o uso do Ozempic, medicamento originalmente indicado para tratamento de diabetes tipo 2 e amplamente usado para emagrecimento, têm chamado atenção nos Estados Unidos. Homens estão afirmando que, desde o início do uso da medicação, perceberam um aumento no tamanho do pênis.
Os comentários começaram a circular em fóruns como o Reddit, onde usuários compartilharam experiências pessoais. Um dos relatos que viralizou foi o de um internauta que afirmou ter ganhado 3,8 centímetros de comprimento peniano, destacando que o fenômeno não poderia ser explicado apenas pela perda de peso.
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Outro usuário acrescentou: “Eu notei uma diferença real, e acho que é porque perdi muita gordura ao redor da região pubiana. Parece maior e mais fácil de ver, por assim dizer.”
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O New York Post apurou diversos depoimentos semelhantes, nos quais homens atribuíram o suposto aumento ao uso do Ozempic. Alguns sugerem que a melhoria na circulação sanguínea e a redução de gordura abdominal e suprapúbica — região acima do órgão genital — seriam responsáveis pela nova percepção corporal.
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Efeito real ou ilusão causada pela perda de gordura?
Apesar da repercussão, médicos alertam para a falta de evidência científica que comprove o crescimento peniano como efeito direto do medicamento. A endocrinologista Jacqueline Kalil explicou que a percepção de aumento pode ser resultado da redução da gordura corporal, especialmente na área suprapúbica.
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“A gordura nessa região funciona como uma ‘almofada’ que esconde parte do comprimento do pênis. Quando essa gordura é perdida, o órgão parece maior, mas não houve crescimento real de tecido”, afirma a médica.
Ela também destacou que a melhora da vascularização — comum após a perda de peso — pode aumentar a qualidade da ereção, o que contribui ainda mais para a percepção de um órgão genital mais volumoso ou potente.
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Popularidade e riscos do uso de Ozempic
O Ozempic, cujo princípio ativo é a semaglutida, tem ganhado espaço entre pessoas que buscam emagrecimento rápido, embora seja indicado principalmente para o controle glicêmico em pacientes com diabetes. Nos últimos anos, virou febre nos EUA e no Brasil, especialmente após ser associado a celebridades e influenciadores.
Contudo, especialistas alertam para o uso indiscriminado do medicamento sem prescrição médica. Efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia e até risco de pancreatite, estão documentados. O uso apenas com fins estéticos é desaconselhado pela comunidade médica.
“Ozempic não é suplemento e nem milagre. Seu uso deve ser criterioso, com acompanhamento médico. A associação com aumento peniano, até o momento, é apenas uma consequência indireta da perda de gordura localizada”, conclui Kalil.
Enquanto os relatos continuam aparecendo nas redes sociais, médicos seguem recomendando cautela diante de promessas e fenômenos que ainda carecem de respaldo científico.