O impacto dos acidentes de trânsito no Sistema Único de Saúde (SUS) vem preocupando as autoridades do setor. Reunidos em Brasília (DF), os secretários estaduais de saúde decidiram pedir o apoio do Congresso Nacional, através do Conselho que os representa, o Conass, para colocar o tema em pauta e discutir propostas que tornem mais rigorosas as punições previstas no Código Nacional de Trânsito.
As discussões sobre o tema ocorreram nesta quarta-feira (24), durante a 8ª Assembleia do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Presente ao evento, o secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, disse que os custos relacionados aos atendimentos às vítimas de acidentes de trânsito, no Amazonas, já alcançam a cifra de R$ 400 milhões, por ano. Nesses custos estão incluídos, dentre outros, os gastos com remoção de pacientes graves do interior, em UTIs aéreas, cirurgias, internações em Unidades de Terapia Intensiva, implantação de próteses e reabilitação do paciente. Segundo ele, no Amazonas são realizadas, por mês, cerca de 400 cirurgias ortopédicas, a grande maioria em decorrência de acidentes de trânsito.
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No Brasil, em torno de 45 mil pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito, anualmente. Essa é a terceira maior causa de óbito no País. “Os números são bastante preocupantes e representam, principalmente, o sofrimento de milhares de famílias que perdem seus parentes, na maioria das vezes ainda jovens e em idade produtiva”, afirmou.
Pedro Elias destaca que a violência no trânsito é um problema que gera custos que chegam a representar 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Ele frisa que já houve períodos em que 55% da ocupação dos leitos de UTI do Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, principal referência para o atendimento de trauma, foram ocupados por vítimas de acidente de trânsito.
Reunião com o ministro
Além da reunião no Conass, o secretário Pedro Elias teve dois encontros com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta quarta-feira, para tratar de assuntos que já vêm sendo conduzidos pela pasta: o aumento do teto para média e alta complexidade na região, que está abaixo das demais regiões do País, e a liberação de portarias de habilitação ainda pendentes e que significam mais recursos para a saúde, no estado.