
Síndrome de Hulk: Conheça transtorno explosivo intermitente que causa surtos de raiva – Foto: Reprodução
Já imaginou perder o controle da raiva a ponto de se tornar irreconhecível? Essa é a essência do transtorno explosivo intermitente (TEI), popularmente conhecido como síndrome de Hulk — uma referência ao personagem da Marvel que, tomado pela fúria, se transforma em uma figura incontrolável.
O que é o transtorno explosivo intermitente
O TEI se manifesta por meio de acessos repentinos de raiva e agressividade que surgem sem um motivo proporcional. Situações cotidianas, como discussões banais no trânsito ou pequenos contratempos, podem desencadear reações intensas e perigosas. Segundo o psicólogo Filipe Colombini, CEO da Equipe AT, “as reações vão além do normal, podendo incluir explosões de raiva, batimentos cardíacos acelerados, sudorese intensa, pupilas dilatadas e impulsos agressivos, tanto verbais quanto físicos”.
PUBLICIDADE
Esses episódios costumam durar cerca de 30 minutos, mas suas consequências podem ser duradouras, afetando o bem-estar emocional, os relacionamentos e o ambiente de trabalho. Após a crise, sentimentos como vergonha, culpa e tristeza são comuns.
Leia também: Mulher de 22 anos convive com síndrome rara: “Minha condição me faz linda”
Principais sinais da síndrome de Hulk
Reconhecer os sinais do transtorno explosivo intermitente é o primeiro passo para buscar ajuda. Os sintomas incluem:
PUBLICIDADE
-
explosões repentinas de raiva intensa
-
agressividade verbal, como gritos, insultos e ameaças
PUBLICIDADE
-
agressividade física, com danos a objetos, pessoas ou animais
-
sensação de alívio momentâneo durante a crise
PUBLICIDADE
-
arrependimento imediato após o episódio
-
sintomas físicos como taquicardia, suor excessivo, tremores e tensão muscular
Causas do transtorno explosivo intermitente
Embora as causas do TEI ainda estejam sendo estudadas, alguns fatores são apontados como influências importantes:
-
predisposição genética (histórico familiar do transtorno)
-
alterações na química cerebral, especialmente nos níveis de serotonina
-
traumas e vivências de violência na infância ou adolescência
O transtorno pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum entre homens e pode se manifestar desde os primeiros anos de vida, permanecendo até a fase adulta.
Como controlar a raiva e tratar o transtorno
O tratamento do transtorno explosivo intermitente é possível e pode transformar a qualidade de vida da pessoa diagnosticada. A abordagem mais indicada é a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que trabalha o controle emocional, a gestão de impulsos e a identificação de gatilhos que provocam as crises.
Segundo Filipe Colombini, técnicas práticas como respiração consciente, relaxamento muscular e exercícios de reflexão ajudam a reduzir a intensidade das reações emocionais. Em alguns casos, medicamentos psiquiátricos também podem ser recomendados por um especialista.
Além disso, estratégias complementares podem auxiliar no processo:
-
banhos gelados ou uso de gelo nas mãos durante o início da raiva
-
prática regular de atividades físicas para liberar tensão acumulada
-
acompanhamento terapêutico fora do consultório, com aplicação de técnicas no cotidiano
Quando procurar ajuda especializada
Se você ou alguém próximo apresenta episódios recorrentes de raiva desproporcional, agressividade ou impulsos difíceis de controlar, é essencial buscar apoio psicológico. O tratamento adequado pode evitar prejuízos emocionais e sociais, além de prevenir situações de risco.
A raiva é uma emoção humana natural, mas quando ela domina o comportamento e causa sofrimento, é sinal de que algo precisa de atenção. Com suporte profissional, é possível aprender a canalizar essa energia de forma saudável, sem viver como um “Hulk descontrolado”.