Na última quinta-feira (25), os 47 bolsistas do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) voltaram às atividades no órgão. Os pesquisadores afirmam que o termo de execução descentralizada, que transferiu ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) a responsabilidade de administrar o CBA, que possibilitou o retorno, é uma medida paliativa e está longe do ideal.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), firmou parceria com, por meio de um termo de execução descentralizada, na quinta feira (17) e transferiu para o Inmetro a responsabilidade de administrar o CBA. Até a assinatura do termo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) era a responsável por gerir o órgão.
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Por meio desse termo, o Inmetro divulgou no Diário Oficial da União (DOU), na última quarta-feira (24), a concessão de bolsas de pesquisa para o Centro de Biotecnologia. De acordo com a autorização, o Inmetro entende a necessidade de manter em regime de operação mínima as atividades do CBA. Esse termo possibilitou o retorno dos pesquisadores ao órgão.
Insatisfação
Segundo o pesquisador Dácio Montenegro, que faz parte do Movimento Pró CBA, a medida é paliativa e os pesquisadores estão insatisfeitos. Eles continuarão no órgão desenvolvendo suas pesquisas por apenas três meses. “É como trocar seis por meia dúzia, isso não altera em nada. Todos os bolsistas estão insatisfeitos, a incerteza com relação ao futuro do Centro de Biotecnologia continua”, disse.
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De acordo com o pesquisador, o órgão precisa ter uma identidade jurídica. “Isso poderia garantir muitos benefícios para os pesquisadores e para o CBA. Nós poderíamos ser contratados com carteira assinada e teríamos estabilidade. Hoje não temos nenhum direito, nenhuma segurança”, disse.
“Hoje nenhuma empresa sente segurança em fechar parceria com o CBA. Ninguém sente confiança no CBA, nós precisamos que atitudes sejam tomadas para garantir que o CBA não fechará as portas outra vez e que ele ganhe autonomia”, comenta.
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Audiência em Brasília
Dácio Montenegro informou que no dia 30 deste mês haverá uma audiência pública no Senado sobre a atual situação do Centro de Biotecnologia da Amazônia. “Nós queremos saber o que esse termo de cooperação garante, não tem nada especificado, nós não sabemos de nada. Nós também queremos saber quais os caminhos que serão propostos daqui para frente”, disse.