O presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Manaus (Comsau), vereador Dr. Ewerton Wanderley (PSDB), assegurou, durante Tribuna Popular, realizada no plenário da Casa Legislativa, na terça-feira (28), que vai encaminhar indicação ao governo federal, para manutenção dos recursos de R$ 6 milhões à Saúde no Estado do Amazonas, como foram enviados no ano passado, visto que, a redução dos recursos para R$ 2 milhões este ano, já desponta problemas na Saúde, especialmente aos pacientes renais crônicos que dependem de tratamento contínuo para combater a doença.
“Os recursos à Saúde despencaram para um terço, e setores da área, principalmente os relacionados aos pacientes renais, já estão sofrendo os problemas por conta do corte no orçamento”, disse o parlamentar, durante a Tribuna Popular, de sua autoria, que tratou dos problemas enfrentados pelos pacientes renais no Estado devido à falta de estrutura e pouco recursos, como foram relatados pelo presidente da Associação dos Renais do Estado do Amazonas (Arcam), Gláucio Aguiar Bessa.
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Na oportunidade, Dr. Ewerton garantiu que a Comissão de Saúde vai elaborar o documento e encaminhar ao governo federal, via Ministério da Saúde, para que o recurso à Saúde enviado ao Amazonas em 2014 seja mantido neste ano. Além disso, o parlamentar garantiu, ainda, que vai encaminhar indicação ao governo do Estado, para a manutenção do convênio das 600 cestas básicas aos pacientes renais do Estado, as quais foram retiradas devido à redução dos recursos federais.
Números
Na ocasião, Dr. Ewerton destacou o avanço de doenças crônicas no país, sobretudo do diabetes e da hipertensão, que tem provocado o aumento no número de pacientes com problemas nos rins. Conforme o vereador, dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que o número de pacientes renais no Brasil dobrou na última década. “Estima-se que mais de 10 milhões de brasileiros sofram de alguma doença renal. Atualmente, entre 90 mil e 100 pessoas passam por diálise no país”, disse o vereador.
O parlamentar também alertou que mais de 70% dos pacientes que iniciam o tratamento descobrem a doença quando os rins já estão gravemente comprometidos. A estimativa é que a enfermidade afete um em cada cinco homens e uma em cada cinco mulheres com idade entre 65 e 74 anos, sendo que metade da população com 75 anos ou mais sofre algum grau da doença, como informou o parlamentar. “A doença renal crônica significa uma perda lenta, progressiva e irreversível da função dos rins e os principais fatores de risco para uma doença renal são o sobrepeso, o tabagismo e idade acima de 50”, completou Dr. Ewerton Wanderley.
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O presidente da Arcam, Gláucio Aguiar Bessa, que defende a causa, lamentou a perda de seu pai para a doença. “Hoje, infelizmente, o tratamento em si ficou mais dificultoso, principalmente para as pessoas que vêm do interior do Estado sem nenhum acompanhamento. A hemodiálise não tem cura, mas tem tratamento”, disse o presidente, ao observar que a fila em Manaus pela espera do tratamento e ou por um transplante de rim já passa dos 250.
“O governo federal reduziu o repasse dos recursos, e congelou por dois anos o pagamento para os transplantes”, ressaltou Glauco Aguiar que solicitou apoio da Casa para a melhoria nos atendimentos aos pacientes renais.
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Apoio
O assunto ganhou apoio dos demais parlamentares presentes no plenário, entre eles o presidente da Casa, vereador Wilker Barreto (PHS), que colocou Câmara à disposição para apoiar e melhorar o acesso à Saúde. “Acredito que a Comissão tem as prerrogativas de chamar e conversar e de antemão terá todo apoio para a condução e mediação para o problema”, completou Wilker Barreto.
O líder do Governo, vereador Elias Emanuel, ao lamentar o corte do governo federal com a Saúde do Estado, também ressaltou que o tratamento diálise, além de doloroso é ‘deprimente’. “Tem pessoas que desistem do tratamento a ter que enfrentar o martírio do calvário da hemodiálise”, frisou Elias Emanuel, que também perdeu sua mãe para a doença.
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“Sei das dificuldades dessas pessoas para o tratamento no dia a dia, de igual forma com a luta dos portadores do vírus HIV, principalmente os que vem do interior do Estado”, declarou a vereadora Professora Jacqueline que se colocou a disposição da Arcam. “A clínica renal do Amazonas precisa de ajuda e amor. Faço um apelo para o governo do estado, para voltar com as cestas básicas, existem tantas outras coisas para serem cortadas, mas não a alimentação dessas pessoas doentes. Tenho certeza que o governador vai ter a sensibilidade”, observou a vereadora Socorro Sampaio (PP).
Da mesma forma, o vereador Luis Mitoso (PSD) manifestou apoio à causa, ao ressaltar indicações e projetos de lei de sua autoria, apresentados na Casa, que beneficiam pacientes com a doença. Já o vereador Waldemir José (PT) destacou que é preciso realizar uma política de prevenção na saúde municipal, porém reconheceu que é preciso, por parte do governo federal, políticas que protejam essa área da saúde. “É preciso que o governo federal tenha política que proteja essa atividade, e acredito que poderemos fazer, no seio da Comissão, o documento para encaminhar a solicitação ao Ministério da Saúde, da mesma forma, a indicação ao governo local, que não pode mexer na verba para a política de assistência dos renais, retirando as cestas básicas aos doentes”, ressaltou o petista.