Debates, panfletagens e atividades culturais fizeram parte da programação realizada pelos Comandos Locais de Greve nas unidades acadêmicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) fora da sede, nesta primeira semana de paralização. A pauta de reivindicações dos professores federais em greve inclui a defesa do caráter público da universidade, melhores condições de trabalho, garantia de autonomia, reestruturação da carreira e a valorização salarial de ativos e aposentados.
Docente do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), unidade acadêmica da Ufam em Parintins, Elisandra Garcia, professora do curso de Educação Física, contou que a comunidade acadêmica aproveitou a grande movimentação no município por conta do festival folclórico dos bois Garantido e Caprichoso e realizou panfletagem nos principais pontos da cidade.
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“Distribuímos panfletos com a pauta da greve nos semáforos da Avenida Amazonas, a principal do município, no Mercado Municipal e no porto da cidade”, contou. O comitê local realizou ainda reuniões com alunos e técnicos, além de debates e exibição de filmes. “Essa última atividade é chamada de Cine Greve e ocorre todas as terças-feiras. Exibimos na primeira semana o filme A Onda, sempre com essa temática de luta típica da greve”, disse.
Em Itacoatiara, a professora Samanta Aquino, do curso de licenciatura em Química e Biologia, disse que foram realizadas duas reuniões pelo Comando Local de Greve no Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET). “Além disso, na terça-feira (16) houve reunião do comando para definir as comissões. Na quinta-feira (17) foi realizada uma grande reunião com docentes com esclarecimentos sobre as demandas nacionais do movimento. Também fomos às salas dialogar com os alunos e realizamos um ato público no turno da tarde”, contou.
No Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), unidade acadêmica da Ufam em Humaitá, a programação política e cultural foi intensa. No dia 16 foi promovido o Cine Cultural, com o filme “A Revolução dos Bichos” e procedeu ao debate sobre as sociedades autoritárias. No dia seguinte, houve um amplo debate sobre a política de financiamento do governo federal (“O ensino público versus o privado”), além de oficina de estudo de textos sobre o problema do financiamento da educação no país.
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No dia 18, mais uma vez foi acionado o Cine Cultural, com a exibição do filme “1984”, em continuação à temática do autoritarismo. De acordo o 2º vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufam (ADUA) e docente da instituição em Humaitá, Aldair Andrade, a programação encerra a Sexta Cultural com apresentação de artistas locais.
Em Benjamin Constant, no Instituto de Natureza e Cultura (INC), os professores foram até as escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio conversar com os alunos sobre a pauta da greve. Eles realizaram reuniões e debateram as questões locais e nacionais que pautam o movimento.
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Já em Coari, no Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), representantes dos três segmentos da comunidade acadêmica fizeram uma manifestação em frente à sede da unidade da Ufam nesta quinta (18) e nesta sexta (19), uma passeata pelas principais ruas do município.