A chance de participar de um curso profissionalizante ofertado pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) tem melhorado a rotina de detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Desde a semana passada, 18 homens estão no curso Artesão de Pintura em Tecido, desenvolvido na unidade através do “Projeto Começar de Novo” do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) em parceria com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), órgão do Governo do Amazonas.
As aulas começaram na última quinta-feira, 7 de janeiro, e estão sendo ministradas por professores do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam). Até o próximo dia 27, os detentos participantes do curso profissionalizante terão aulas no período das 8h30 às 11h. Segundo a professora Estelita Lago, do Ifam, além das aulas práticas, os alunos terão aulas que incluem disciplinas de ética, cidadania e relações humanas.
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Estelita ressaltou ainda que o curso trabalha a metodologia do empreendedorismo. “Nossa ideia é que eles tenham visão de negócio e pensem no empreendedorismo como futuro”, ressaltou. Entre as disciplinas, estão segurança do trabalho e saúde e meio ambiente.
Aperfeiçoamento
Para Samuel Silva de Souza, 30 anos, o curso tem ajudado a aperfeiçoar técnicas já adquiridas quando estava em liberdade. “Trabalhei muito tempo com serigrafia e já conheço algumas técnicas. Mas estou reciclando algumas coisas e aprendendo maneiras novas de trabalhar”, disse. Samuel decidiu fazer o curso para obter o certificado e tentar abrir um negócio próprio quando terminar de cumprir a pena.
Iniciantes também têm vez no curso de artesão de pintura em tecido. É o caso de Fan-Ling de Oliveira Cintra, 26 anos, que pela primeira vez está tendo contato com as técnicas. “Tenho gostado das aulas, das professoras que são bastante didáticas e sabem passar o conteúdo. Nas aulas práticas espero me sair bem para poder pensar nisso como profissão”, ressaltou o jovem.
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Pronatec
A capacitação integra uma programação de 18 cursos que estão sendo ofertados para todo o sistema prisional do Amazonas através do Pronatec desde o ano passado. No total, 350 vagas foram disponibilizadas. Para o desembargador Sabino Marques, presidente do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do TJ-AM, a chance de ter uma profissão pode ajudar muitos detentos a se recuperarem.
“Toda profissão é nobre. É uma oportunidade para abraçarmos e fazer o esforço. É reconhecer e acreditar no ser humano. A oportunidade está sendo posta. Entendemos as dificuldades que atravessamos. Que não percam a oportunidade”, ressaltou o desembargador durante apresentação do curso, em dezembro.